Sobe para 30 os casos de intoxicação alimentar em restaurante interditado em Mogi das Cruzes, diz Prefeitura
06/10/2025
(Foto: Reprodução) Restaurante é interditado após casos de intoxicação alimentar entre funcionários
O número de casos de intoxicação alimentar ligados a um restaurante interditado em Mogi das Cruzes aumentou para 30.
A Prefeitura informou na manhã desta segunda-feira (6), que os registros são de funcionários e clientes que estiveram no final de semana no estabelecimento localizado no Jardim Aracy. A Secretaria de Saúde informou que investiga se outros casos registrados no período têm ligação direta com a ocorrência.
Nas redes sociais o Restaurante da Fazenda - Mogi das Cruzes publicou uma nota informando que a suspensão temporária das atividades decorre de um mal-entendido externo, alheio à operação do restaurante. O estabelecimento destacou que já tomou todas as providências para esclarecer os fatos junto às autoridades competentes (veja abaixo a nota na íntegra).
No sábado (4), a Vigilância em Saúde informou que após apurações foi verificado que cerca de 18 trabalhadores do estabelecimento receberam o diagnóstico de intoxicação. Eles apresentavam diarreia, náuseas e dores abdominais entre esta sexta-feira (3) e sábado.
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Os pacientes procuraram a UPA do Rodeio, Pronto Atendimento do Jardim Universo e em um hospital particular na cidade.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que a Guarda Civil Municipal e equipes da Vigilância Sanitária interditaram temporariamente um restaurante, em Mogi das Cruzes, após denúncias de intoxicação alimentar e más condições de alojamento de funcionários.
A ação ocorreu após o recebimento de informações de que cerca de 80 dos 150 funcionários do estabelecimento teriam apresentado sintomas de intoxicação. A Secretaria destacou que embora nenhuma irregularidade sanitária aparente tenha sido encontrada no restaurante, os fiscais decidiram pela interdição preventiva. Durante a fiscalização, foi constatado que muitos trabalhadores viviam em alojamentos precários.
A Polícia Civil foi acionada e determinou a preservação dos locais para perícia. O gerente do restaurante e três funcionários foram levados à delegacia para prestar depoimento. O caso foi registrado pela Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes. As investigações seguem para apurar possíveis crimes trabalhistas e condições análogas à escravidão, bem como identificar os responsáveis.
Início dos casos
Os casos começaram a ser registrados no sábado e, inicialmente, 18 pessoas foram atendidas na UPA Rodeio com sintomas como diarreia, náuseas e dores abdominais.
A Vigilância Sanitária foi acionada e realizou diligências no restaurante e alojamento dos funcionários intoxicados.
No local, os agentes constataram condições insalubres, como falta de higiene nas áreas de uso comum e ausência de alimentos e água potável.
No total, foram identificados quatro alojamentos abrigando homens, mulheres e casais, totalizando cerca de 170 colaboradores.
Todos teriam vindo de Pernambuco, Maranhão e Ceará há cerca de um mês, relatados pelos próprios trabalhadores, conforme diz o órgão.
Parte dos colaboradores que passaram mal manipularam alimentos que seriam servidos aos clientes.
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Cerca de de 100 homens estariam instalados no alojamento masculino, que foi interditado. Destes, 30 aceitaram o auxílio da equipe de Assistência Social da Prefeitura.
Eles estão alojados desde a noite de sábado em um abrigo temporário no Pró-Hiper. Outros 35 estão hospedados em um hotel e 40 retornaram para suas casas por decisão própria, segundo informou a administração municipal.
Além disso, quatro mulheres solicitaram atendimento à Prefeitura. A Vigilância Sanitária solicitou melhorias na instalação do alojamento feminino, como ventilação e espaços mais adequados para as mulheres. No imóvel para casais não foram constatadas irregularidades.
Segundo a Prefeitura, a equipe de assistência social não teve acesso a estes funcionários e o número exato de pessoas instaladas nestes locais.
Restaurante no Jardim Aracy é interditado após casos de intoxicação alimentar
Everton Dertonio/TV Diário
Força-Tarefa
A administração municipal montou uma força-tarefa mobilizando funcionários de diversas secretarias. Eles instalaram camas, espaços de refeição, banho e higiene para os abrigados nas dependências do Pró-Hiper. O local também conta com um posto médico.
Além disso, uma equipe jurídica orientou os funcionários sobre os seus direitos, enquanto a Assistência Social realizou entrevistas individuais com os 34 funcionários. O objetivo é entender a situação social e o históricos pessoal de cada um.
Ainda de acordo com a Prefeitura, representantes do estabelecimento comercial estiveram no espaço para conversar com os trabalhadores e deverão efetuar o pagamento dos dias trabalhados. Parte do grupo hospedado manifestou interesse em voltar para suas cidades de origem. O trabalho será feito feita sob supervisão da Secretaria de Assistência Social.
A Prefeitura reforçou que o Pró-Hiper permanecerá fechado para atividades esportivas e recreativas até a normalização da situação.
A administração informou que acionou o Ministério Público e o Ministério Público do Trabalho de Mogi das Cruzes (MPT), onde solicitou providências sobre as irregularidades sanitárias e trabalhistas identificadas.
Além disso, um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil, que investiga o caso. A Vigilância Sanitária informou que continua com as análises e investigações sobre a origem da contaminação alimentar.
A Prefeitura informou que as fiscalizações serão reforçadas em estabelecimentos deste tipo.
O que diz o Restaurante?
“Prezados clientes,
A suspensão temporária de nossas atividades decorre de um mal-entendido externo, alheio à operação do restaurante. Já tomamos todas as providências para esclarecer os fatos junto às autoridades competentes.
Reforçamos que não existe nenhum problema com os alimentos ou serviços oferecidos aos nossos clientes e que em breve voltaremos a atendê-los com a mesma qualidade e confiança de sempre.
Atenciosamente, Restaurante da Fazenda - Mogi das Cruzes”.
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